Revista publicada: Arquivos de neuro-psiquiatria
Este estudo avalia a viabilidade da telemedicina para pacientes com parkinsonismo no contexto de um país em desenvolvimento, destacando os desafios e fatores associados à adesão às consultas por vídeo.
A telemedicina para pacientes com parkinsonismo é viável, custo-efetiva e satisfatória, mas sua aplicabilidade em cenários reais de países em desenvolvimento, como o Brasil, é pouco conhecida. Neste estudo transversal com pacientes tratados no sistema público de saúde brasileiro, 130 pacientes foram contatados por telefone, e aqueles alcançados passaram por uma entrevista estruturada para coleta de dados. Os resultados primários foram a viabilidade das teleconsultas e consultas por vídeo, e também foi realizada uma regressão logística para avaliar a viabilidade de uma consulta por vídeo e fatores associados. A telemedicina foi viável e aceita por 69 (53,08%) pacientes para teleconsultas e por 50 (38,5%) para consultas por vídeo. As teleconsultas mostraram-se viáveis para 80,2%, e as consultas por vídeo para 58,1% dos pacientes acessíveis via telefonema. Ter uma renda familiar mais alta foi positivamente correlacionado com a viabilidade de uma consulta por vídeo, enquanto uma associação negativa foi observada com relação ao estado civil casado ou em união estável e ter baixo nível de escolaridade. Conclui-se que uma proporção significativa de pacientes com parkinsonismo em um país em desenvolvimento é inalcançável, não disposta ou incapaz de participar em telemedicina. Entre os pacientes acessíveis, a viabilidade é maior, mas ainda inferior ao relatado em estudos em países desenvolvidos. Renda familiar, nível de escolaridade e estado civil foram associados à viabilidade das consultas por vídeo.
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