Revista publicada: Arquivos de neuro-psiquiatria
Este estudo destaca os desafios encontrados ao realizar avaliações motoras de pacientes com doença de Parkinson (PD) através de telemedicina em um contexto de recursos limitados.
Avaliar a viabilidade de realizar avaliações motoras para pacientes com PD em um ambiente com recursos limitados foi o objetivo deste estudo. Foram avaliados aspectos motores do parkinsonismo em 34 pacientes do sistema público de saúde brasileiro por meio de telemedicina, utilizando a escala de avaliação revisada pela Sociedade de Distúrbios do Movimento da Escala de Avaliação da Doença de Parkinson Unificada (MDS-UPDRS). Também foram obtidas medidas de qualidade da videoconferência. A viabilidade de avaliar os aspectos motores foi o resultado primário, enquanto a avaliação de aspectos motores individuais, a qualidade da videoconferência e os preditores de uma avaliação completa serviram como resultados secundários. Os parâmetros menos avaliáveis foram o congelamento da marcha (52,9%), a marcha (70,6%), agilidade das pernas e tremor em repouso (ambos 76,5%). A parte III completa do MDS-UPDRS foi possível em 41,2% dos pacientes e 62 de 374 aspectos motores avaliados (16,6%) foram perdidos. O espaço físico disponível para uma avaliação por vídeo foi a medida de qualidade mais baixa. Avaliações incompletas estavam diretamente associadas à deficiência (p = 0,048, r = 0,34) e inversamente ao espaço físico disponível (p = 0,003, r = 0,55). Conclui-se que uma parte significativa da parte III do MDS-UPDRS não pode ser realizada durante avaliações baseadas em telemedicina em um cenário real de um ambiente com recursos limitados.
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